"A linguagem verbal está morta" diz Tetro, di-lo no entanto através da linguagem verbal, é ainda pela linguagem verbal que surgem os compromissos e se desfazem. Em Tetro há um pensamento que se interroga mas para além e mais importante há laços que nenhum pensamento por mais despegado poderá quebrar. vi o filme numa noite chuvosa e gélida onde a meteorologia previa alerta laranja para certas regiões do país e as árvores esperneavam com o vento. são-me saborosas estas rotinas de cinema, este calor das salas no inverno e as imagens a correrem à frente dos meus olhos. gosto disto, depois sair de novo e a noite já não nos apanhar desprevenidos porque não paramos de querer meter nas palavras a bravura do que sentimos por dentro, esse entusiasmo. reparo num homem que caminha com os pés descalços na rua molhada, a realidade confunde-se na fantasia e de olhos vermelhos, ainda enevoados de outras ruas, reconheço burguesa esta arte da fuga. ai ir. ir mesmo, para enfrentar tudo de olhos bem abertos.
5 comentários:
Quero muito ver este filme, já que não pude vê-lo no Festival do Estoril.
Ver tudo de olhos bem abertos, sim, concordo, também quero. Apesar de ser tão mas tão difícil. Sobretudo quando na calada da noite, o frio nos toca os ossos.
Digo eu, que trabalho sobretudo à noite :)
Abraço
A não perder pelo que vi!
g.
Ana Paula sena:Também, às vezes à noite. Vai ver, com os olhos bem abertos, a fotografia e aquela coisa maluca a pulsar, espantas certamente o frio dos ossos. bjo
Anónimo: é mesmo.
A anónima sou eu!
Acabei de ver, muito denso.
Obrigado pelo post útil! Eu não teria chegado a este o contrário!
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