Fui ao Doclisboa com uma turma. Vimos três documentários: Flying Anne, The last day of summer e Praxis. Este último era um documentário sobre as praxes dos caloiros universitários. Portugal: 2011. Não precisava de ver no ecrã de um cinema o que a minha sobrinha já tinha relatado em primeira mão: em Farmácia andaram presos por cordas uns aos outros, ajoelharam perante o padrinho e tinham farinha e vinagre em todos os orifícios do corpo. ela ria-se contente...gostei muito do meu padrinho. Deixa, eu percebo, mundo novo, queres ser aceite, na desportiva. Mas assalta-me a perplexidade: Se é de integração que se trata porquê assim? Porquê pela humilhação? Chafurdar na lama, ajoelhar com orelhas de burro, simular ser violada, comer alho de olhos vendados e mãos atadas, chamar-se a si próprio nomes horríveis enquanto se obedece às ordens avacalhadas de um "superior" de capa e batina negra, cheia de símbolos. Se este modelo não é fascizante, então não sei o que é fascista. Este é um fascismo consentido, o fascismo possível. Seja qual for, é nojento. Era tempo de se recusarem todos a estas palhaçadas.sábado, 29 de outubro de 2011
PRAXE PRAGA
Fui ao Doclisboa com uma turma. Vimos três documentários: Flying Anne, The last day of summer e Praxis. Este último era um documentário sobre as praxes dos caloiros universitários. Portugal: 2011. Não precisava de ver no ecrã de um cinema o que a minha sobrinha já tinha relatado em primeira mão: em Farmácia andaram presos por cordas uns aos outros, ajoelharam perante o padrinho e tinham farinha e vinagre em todos os orifícios do corpo. ela ria-se contente...gostei muito do meu padrinho. Deixa, eu percebo, mundo novo, queres ser aceite, na desportiva. Mas assalta-me a perplexidade: Se é de integração que se trata porquê assim? Porquê pela humilhação? Chafurdar na lama, ajoelhar com orelhas de burro, simular ser violada, comer alho de olhos vendados e mãos atadas, chamar-se a si próprio nomes horríveis enquanto se obedece às ordens avacalhadas de um "superior" de capa e batina negra, cheia de símbolos. Se este modelo não é fascizante, então não sei o que é fascista. Este é um fascismo consentido, o fascismo possível. Seja qual for, é nojento. Era tempo de se recusarem todos a estas palhaçadas.domingo, 23 de outubro de 2011
serviço ao domicílio
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
particularidades
o efeito ralo, um sorvedouro por onde se esgota o pensamento, passa, mas poderíamos dizer o fresco da tarde, a lonjura vaga de uma manhã.
o mar aos dias ímpares estaria certo, mas diria as vagas uma ou outra salpicando, os mais belos e afortunados ancorarão a esperança no abraço, no riso, o pão da proximidade corajosa, um e outro ou mundo inteiro para conquistar, seria irrisório afirmar peremptoriamente: mundo inteiro e fugazes sequências lunares na verticalidade do caminho, quando nos inclinamos para beijar.
Quadro: Hermann Seeger
títulos deprimentes
Já aqui tive oportunidade de dizer que atribuo o meu ser conservador, com uma costela raquítica de reaccionário, à idade. envelhecer em nós envelhece o redor de nós. aplicamos a fórmula: seguritas, vice silenciosa. que a segurança é silenciosa e adormecemos confiantes. hoje, só hoje, (é incrível a pretensão que ter um blog pode dar...)vou abrir uma excepção e articular algumas palavras sobre o que penso deste problema:Democracia e falência capitalista.
Vejamos três tópicos que cobrem o espectro opinativo imediato:
1.Estamos falidos.
Portugal não é uma empresa falida. É o Estado actual que está falido. mas a falência não é só nossa, os Estados capitalistas estão todos falidos. o capitalismo arrasou. não são os Estados políticos a governar. o capitalismo é que governa. o FMI, a Banca. etc
2. Passos Coelho com os óculos encavalitados e o ar de retoma (austera) faz lembrar Salazar.
FAZ LEMBRAR e ele próprio acha que sim...não sei bem quais as consequências mas não auguro boas porque Angola, Guiné e Moçambique não podem ser a escapatória, logo, não há por onde escapar à miséria.
3. A economia é estranha, anda tudo com ela na algibeira, a poupança e bla bla bla mas não há uma ideia política inovadora. era esta a altura de ousarmos. por exemplo: descobrir o equivalente ao caminho marítimo para a Índia que já descobrimos.
4. Os protestos nas ruas dão-nos a cor da nossa desconfiança mas também são manipulados vergonhosamente por partidos insatisfeitos e anacrónicos como PC e Bloco.Urge outra revolução para instaurar outra ordem, (acho que vou morrer sem ver). A nova ordem política deixa a cisão esquerda direita. Sempre achei que essa treta dos direitos assentava num facto essencial: O dinheiro. Há que depôr o capitalismo. Fazê-lo baixar a crista. Como vivemos todos segundo o capitalismo, fazê-lo baixar a crista é baixarmos nós a crista ao consumismo desenfreado.Os nossos hábitos de vida são o capitalismo. Vou pensar sobre isso.
Fotografia de Kertész
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
a quadratura do círculo
Comprometermo-nos com este pacote de medidas que nos cortam os subsídios e nos reduzem o poder de compra, comprometermo-nos com o Estado/governo eleito democraticamente? ou desobedecer, indignar-se, sair à rua contra esta entropia capitalista que nos quer asfixiar? A segunda hipótese parece-me mais poética e mais dinâmica, a primeira é mais sensata. A questão está na banca e na especulação bancária da qual os governos são reféns, o nosso especialmente. Mas nós, aqui, confortavelmente assentes na comedura bancária, cheios de hipotecas e fragilidades para manter o nosso status, não podemos ignorar que o Estado forte é a nossa garantia, daí que a escolha para mim é óbvia. A democracia parece-me um bem mais valioso, a democracia e a independência podem estar ameaçadas se não nos conseguirmos aguentar. É como ter a nossa casinha e dever montes de dinheiro, vamos fazer economias para pagar as contas ou vamos deixar de pagar tudo? E depois? A minha mãe sempre me ensinou, deves? pagas. Parece-me justo mas que custa, custa.sábado, 8 de outubro de 2011
fase de negação
peço desculpa à meia dúzia de fiéis leitores deste blogue mas tenho a declarar uma heresia: contra a religião actual, eu não acredito no "deus gola alta da Apple" e, tenho também a declarar, que não contribuiu um milímetro para mudar a minha vida. Deve ter contribuído para a humanidade inteira ficar fascinada com o ilusionismo de criar necessidades em bagatelas. tablete a mais ou a menos mas se querem saber, os louros são para os cientistas que permitiram a computação, equacionaram as leis dos quantas, e, sim, esses permitiram o futuro. Admira-me que um milionário vendedor de produtos seja o grande visionário do século. uma espécie de cristo- vendedor informático. a Apple factura bem com este herpes colectivo.Deixo-vos com Ana Mendieta, uma rebeldia com duas pernas grossas,vasos sanguíneos, ervas e corpos em revolta. justamente.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
millennium 3
Sobre a trilogia "Millennium" temos Noomi Rapace no papel de Lisbeth Salander: "A raínha no Palácio das correntes de ar". O Filme, de produção sueca, não teve, neste terceiro episódio, os meios monetários do primeiro e, é pena, porque esta saga vai muito bem com suecos e aquela língua bergmaniana cheia de cruzes. Talvez o espectro da versão Americana - canastrão Bond em efeitos especiais à velocidade da luminária que é, embora finja que não...ele há destas coisas...os tenha feito despachar mal alinhavado este filme, urgia antecipar-se. O primeiro episódio era soberbo,. O grande feito deste era o final. Salander alone no rochedo de Gibraltar. (leia-se no livro)" Lisbeth tinha verdadeira intenção de não ficar em Gibraltar mais de duas semanas, até dar uma nova orientação à sua vida. Ficou doze." e o encontro " Já não a magoava vê-lo. Abriu a porta..." ELIPSE, Gibraltar is missing, o encontro final é transviado, senti-me ultrajada, mas à Noomi ergo a taça, esta Lisbeth é um golpe de águia cortante e inspirador. domingo, 2 de outubro de 2011
tou com saudade
essencial, visceral,o sindroma, parece-me mesmo sob o prisma conceptual mais erróneo, que está certo, ou melhor, trouxe a Bethânia e disse: canta! e ela cantou, cantou só para mim, ao meu ouvido.
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