domingo, 12 de julho de 2020

A propósito do poema de Fernando Pessoa que saiu este ano no exame de Português, 12ºAno...

Sofro, Lídia, do medo do destino.
A leve pedra que um momento ergue
As lisas rodas do meu carro, aterra
        Meu coração.
Tudo quanto me ameace de mudar-me
Para melhor que seja, odeio e fujo.
Deixem-me os deuses minha vida sempre
        Sem renovar
Meus dias, mas que um passe e outro passe
Ficando eu sempre quase o mesmo, indo
Para a velhice como um dia entra
        No anoitecer.

Inspiras-me Pessoa
aludes sem me nomear
tenho em minha casa todos os livros
que escreveste um dia, há muitos anos atrás
quando eras um ser vivo que
falava e respirava e tomava o pequeno almoço
antes de ir para o trabalho.
Também gosto de pensar que eras tu,
(tu ainda a outra que me inspira)
quando acordava de noite
em chamas com o calor de Verão.

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