Deixo-vos com o Kandinsky a brincar a brincar...
domingo, 24 de março de 2013
Felicidade
Agora que chega a Primavera,
houve muita escrita, muita frase, muito lembrete, porque agora fala-se a toda a
hora, pelo computador, como eu, agora também falo, isto é, existo. Mas, este
ano falou-se muito na Primavera e, logo a seguir ou antes, da Felicidade, andam ambas em associação animada
para espaventar as maleitas de corpo e pouca alma A dança da simplicidade e dos pensamentos
positivos assépticos e coisa e tal mais do mesmo, estão em franca ascensão. Falou-se
pela primeira vez no dia da Felicidade. É ridículo haver um dia para a
felicidade, é como haver um dia para A viagem até Calypso, ou um dia da Atlântida.
Mitologias várias com o perigo de parecerem coisas assim redondas e ao alcance de
todos. Mesmo aquela conversa fiada da moral utilitarista de fazer equivaler o
Bem à felicidade e esta à ausência de dor e ao usufruto de variados prazeres, não
serve nem como princípio do que deveria ser nem como princípio do que é. Melhor
e mais perspicaz visão tem o senhor Kierkegaard ao lembrar-nos da felicidade
ser proporcional à angústia, e que não se vive uma parcela de alegria sem o
medo de a perder. Explico-me: A nossa vivência mais nobre é mesmo a da
contradição, e não há como fugir a isso senão inventando falsas mitologias como
esta, cuja única verdadeira utilidade é fazer-nos sentir miseráveis ou parvos.
(mais à frente hei-de explicar melhor, num outro post que este já vai longo) .
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Gostei muito, mas não sei se é de todo absurdo o dia mundial da felicidade porque acho que é preciso ensinar às pessoas a felicidade, desaprenderam, andam todas confundidas. Digo eu, que para ser feliz me basta olhar para o ar, pasmando. Beijos
gostei. Claro que a vida é binária. Espero o outro post:))
gostei. Claro que a vida é binária. Espero o outro post:))
laura: tens de me dizer como se ensina a felicidade, andam muitos aí com fórmulas milagreiras. esse teu dom...precioso.
cs: mais à frente explicarei melhor, prometo.
A felicidade e o seu duplo.
Interessante o que dizes....
helena: um duplo que não pode ser individualizado.
Postar um comentário