terça-feira, 7 de maio de 2013

aqui movimento das forças armadas


 
andamos de nuvens carregadas, com palavrões debaixo da língua, a lógica e a justiça, à vez, tratam de nos fugir à frente ou deixam-se ficar para trás. o inevitável não deriva nem de uma nem de outra mas de uma série de circunstâncias beras. envelhecemos aqui, no canto do mundo. eflúvios de maresia e catástrofes mansas, das que não pressentimos, e ninguém, ninguém mesmo, parece estar à altura da situação. os velhos e bolorentos discursos, as mesmas poses, o silêncio da vida de cada um armadilhada. Parece que tudo, amigos e amantes descobrem a sua face negra. falta-nos uma voz, falta-nos o ar para o pontapé ou o abraço, cerceamos desejos, damos voltas e voltas à chave. Aqui, Portugal, movimento das Forças Armadas...aqui vamos começar ou acabar.
 
foto de André Kertész

2 comentários:

cs disse...

gostei muito. Uma desesperança muito bem descrita:(
boa semana

via disse...

cs: obrigada.