a maior parte das vezes somos só nós, uns
quantos amigos, umas quantas canções, poeira e frio. fomos fustigados por
ideais mas o verdadeiro caldo, morno caldo, assentou na mesa os cotovelos e
desejou por incapacidade de luta ou porque nada do que a memória retinha de
aconchegante se dizia por slogans ou sólidas frases, desejou um grande amor,
uma paixão, que arrebatasse tudo. traduzia-se esse desejo numa imensa saudade
de um copo de vinho na intimidade de uma conversa sussurrada. a política era o
que restava do eco dela, na cama, ou no pretexto para dar uns abraços e colar
uns cartazes entre noitadas. Acho que sabemos o que é o prazer, na palavra
curta ainda não o sabíamos à época, acoplávamos à palavra outras, cheias de
promessas, deixávamos que se mascarasse, não por querer mas por ignorância, de
qualquer modo o prazer tem várias caras e vários são os seus processos de
aparecer. mas assim como vemos a qualidade da bica na réstia de espuma da
chávena, assim também podemos agora abarcar o que restou deste desejo. não é
pouco, é outra coisa, traz a marca de uma liberdade, uma ventania, um
alvoraçado ninho.
2 comentários:
Gosto como escreve:)
Boa semana!
cs: Obrigada, bom fim-de-semana com feriado especial!!
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