Segundo
Hannah Arendt os filósofos andam a reboque dos cientistas, dizendo e desdizendo
sem que das suas teorias contradições e objecções se possa
retirar outra conclusão senão a de que é pueril e inútil a sua actividade, não altera nada nem no estado do mundo nem nas relações humanas em geral. Por outro lado a ciência no
seu afã produtivo recria a natureza através da captação da sua lei universal
mas não nos dá a compreensão do porquê, apenas do como. Curioso como estas suas
ideias respondem à minha intuição e ansiedade em relação à Filosofia e à
Ciência. Por mais que se fale das novas descobertas do ADN e da Física de Partículas que me permitem saber com exactidão o meu pai, eu já sabia antes disso, assim como estar aqui a escrever estas imbecilidades numa
máquina cara que daqui a uns anitos ( menos, espero, do que aqueles que me
aproximam da morte), vai ficar obsoleta, eu já escrevia. O meu
ADN e a máquina trocam-se sendo a única diferença uns anitos a mais ou a menos. O que são uns anitos? O mesmo nada do ponto de vista da eternidade. Mas todos sabemos o óbvio, o meu ADN não é o mesmo que uma máquina e eu não sou o meu ADN, mas
morrerei, assim como esta máquina não é aquilo que escrevo e morrerá, cada
coisa e ser morrem na sua individualidade,enquanto coisas singulares, remetidas para uma identidade fictícia ou científica; a procura de imortalidade ou da eternidade soçobrou, a ciência só nos ensinou isso e a Filosofia sem isso não sabe o que há-de fazer.
2 comentários:
muito bom:)
BOM ANO.
:)
Obrigada cs um BOM ANO para ti e a continuação da escrita bloguística que nos vai acompanhando.
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