sexta-feira, 14 de julho de 2017





A vertente narrativa dos teus versos
desemboca no indecifrável
quadrado
mas é poroso o espaço textil 
do pensamento.
Não é que fosse a primeira vez
mas era sempre nova
a sequência nauseante
tu, espaço, eu, espaço
multiplicado pela distãncia
da hipotenusa do nós
figuras boquiabertas
avançando à velocidade da luz.

Não te largo assim e nunca te largarei
 sendo que te levo comigo para onde não quiser
para onde tu disseres.









domingo, 9 de julho de 2017

Rumor e alvoradas do Raoul Collectif


Festival de Almada, fui à cause du jornal, grande e sugestivo artigo no Público, seriam  desconhecidos, não fora o título - Rumeur et petits jours  convocar imagens simpáticas. Num mundo que se autódestrói resta-nos o teatro e a poesia para não nos destruirmos com ele...podia tê-lo dito eu, num bom momento, mas não...foram eles. São putos, juntaram-se, criaram este trabalho cheio de metáforas e imprecisões delirantes, descontrução da linguagem, esvaziamento da lógica para deixar brotar as associações livres e convocar imagens fortes da infância, ou não, apenas fortes de inesperadas.Ionesco não anda longe, porque será que vamos sempre buscar ao que aprendemos? De repente falam de Henri Michaux, seria belga ou francês? Eles belgas, ironizando com a mania dos franceses considerarem tudo o que é escrito em francês como francês...boo. O espectáculo, ao ar livre na noite fria de Almada aguentou-se incólume na mensagem, sem a ocultar e sem ser escravo dela, aí, no sítio de todos os possíveis, espaço de liberdade onde nada se forma em definitivo mas se esboça para se desmanchar em seguida deixando um rasto de poeira e deserto onde vacas e cavalos enxotam as moscas. Afinal há alternativa, há sempre alternativa, et voila!!