segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Berlim. as fotografias ficaram expostas, a máquina pregou-me partidas, as Nikon, Canon, os flashs a disparar,são just device para ajudar a reter na memória o que a memória não retém ou porque não lhe apetece ou considera puro entulho, mas, como todo o mecanismo, olhado com confiança primitiva e sem apoio logístico, encrava. não, nem é sobre isso que quero falar, tal como o pardal também me sentei na esplanada a deitar migalhas e diferente dele imaginei que no futuro muitas cidades serão como esta, ao centro, onde foi terra de ninguém, terreno baldio entre muros, ergue-se um labirinto de vidro, equivalerá pensar se o sentimos como racionalmente vemos, segurança e força. Berlim é uma cidade racional, no que racional tem de belo, equilibrado, eficaz, funcional. Apagada a memória da divisão mais que a da guerra, ambas de qualquer modo, pequenos sinais remotos para entreter turistas, sobrevive nela uma das muitas metáforas da liberdade: capacidade de nascer, de começar de novo, desprendendo-se do passado. liberdade como capacidade efectiva de mudar, não sonho de passado, projecto de futuro. Gostei das pernas ágeis dos homens e mulheres a pedalar, da sua leveza, da velocidade dos corpos deslizando. quis ficar. alugar um quartito, começar. adorei a chuva no último dia e a simpatia, a simpatia constante. não voltarei a Berlim ou, talvez não volte, mas despedir-se sempre foi uma forma de prolongar a emoção.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Lisboa, 38 Graus, é penoso dar a volta ao quarteirão. o povo lança-se na correria do banho refrescante e queda-se aos magotes nos areais da outra banda, ou na de cá, um pouco mais a oeste, até à noite e depois dela.