domingo, 30 de novembro de 2008

Obviário

Uma das certezas que tinha não era despropositada. A torre erguida pela árvore de Natal, o caminho entre as espigas quebradas da chuva e as suas mãos geladas apertadas no bolso das calças. Estas eram algumas fulgurâncias, não únicas mas recorrentes e rápidas.


Outra das naturezas do seu obviário melancólico era seduzido por proximidades, o calor de um braço, um encosto em desequilíbrio, um riso bem no centro da boca, ou seria num outro centro, sim, talvez. Aquele rabo-de-cavalo...a moral de Kant, os brinquedos apinhados em caixas até ao tecto no supermercado. a recusa em falar de ti. Jamais. um começo, onde nem sei, talvez na forma, a forma como o aluno discutiu comigo o argumento. vamos lá, nada está perdido, ainda é tudo possível...era assim, as imagens fugídias e dolorosas e o tecto do mundo a chamar com a sua vozinha de carruagem ou abóbora, vide, este óbviário, vende-se um pedaço de trapo, umas migalhas de pão, uma promessa de beijo, e é tudo, para nos aquecermos basta, pois como dizia o tal de Pessoa, não somos "padres", nem romancistas russos aplicados e prometemos estar atentos se de humana voz ainda ouvirmos falar sem sombra de submissão.

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