quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

caos

se fosse anjo, voaria agora para aí, para ver, e não ser vista, gostaria que a presença se fizesse sentir sem o peso triturante do corpo, mas depois, depois de atenuar esta curiosidade, não saberia agir como os anjos, seria urgente voltar a ele, ao corpo, com seus cigarros fumados, suas barrigas de carne assada e verrugas, peles e pêlos, a sequência de águias sobre o nariz, os vocábulos tatuados nas partes mais íntimas. gritando ou embalando. sagrado desconhecido, o corpo, a ele devemos os nomes mais silenciosos. Os nomes colados à madrugada. Os nomes que acordam a tua ausência.

4 comentários:

R. disse...

A escriba-mor. Sem dúvida. E quem nunca quis ver sem ser visto, quem nunca aspirou ao etéreo para logo voltar ao tangível, não sabe o que perdeu.

Abraço e bom fds.

R. disse...

(via, acho que há uma dupla dimensão da vontade: (1) a que se faz da emoção que nos impele e que prescinde de um esforço deliberado; (2) e a que resulta da determinação racional e auto-imposta, que nos ajuda a encontrar a força em direcção a um objectivo. Pelo menos tenho esperança de que assim seja ;))
Um abraço apertado e uma excelente semana.

via disse...

R: Gosto dessa frase: quem nunca aspirou ao etéreo para logo voltar ao tangível,não sabe o que perdeu. tens razão e estás inspirada.
A segunda dimensão está mais normalmente conotada com vontade, força para contrariar as tentações e seguir a razão. mas a primeira é mais orgãnica, os resultados é que nem sempre são os melhores. beijo e boa semana.

R. disse...

:) Obrigada! E, nem mais, tens toda a razão: às vezes os resultados defraudam. Mas há que persistir!

Abraço e boa semana para ti também!