sábado, 20 de junho de 2015

se os vampiros falassem



Antes de existir o Vampiro estilizado com gel no cabelo e lindas intenções (tédio!!);antes dos Vampiros serem fantasias mal engendradas numa sociedade de consumo especialista  na proliferação de imagens estereotipadas (UF!!), antes da idade do degelo e das alterações climáticas, dos live aids, e do telemóvel, ( soa mal telemóvel!), antes mesmo de ser computador, e conjuntura electrónica, a minha iniciação literária começou com Vampiros de papel,  livros pequenos que se podem pegar com a palma da mão aberta, cores fortes na capa e histórias de crimes pensados por criminosos requintados, ou crimes requintados dados a   criminosos pensados. Eles foram a causa de me ter tornado comunista por um par de meses,  por gostar demais de ler aquelas histórias e não ter dinheiro para as comprar.  Hoje passado o tempo dos empréstimos, já proprietária assumida, acordam-me ou adormecem-me ao correr do fio dos suspeitos, os seus avanços e recuos, as pistas e os pormenores reveladores até à vitória final. O desenlace, saber quem é o criminoso é gozo menor quando comparado com o gozo de deixar o detective imaginário que somos colado nos calcanhares do outro que se mexe e toma a iniciativa, Bem sabe o porquê e o como, o quem é supérfluo, saber os sinais onde o conluio se espevita, a raposa põe o focinho de fora, nada ainda e por enquanto fazer sentido, para depois, suspiro, encaixar. Afinal...sim, sempre tinha sido ele o criminoso, suspirávamos,  fechávamos o livrinho depois de duas noites de serão,  e, no dia seguinte, esquecíamos. 
Amanhã sai nas bancas o segundo volume de uma reedição igualzinha à primeira.Abençoados!!

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