terça-feira, 21 de julho de 2015

elegia


Alberto Rubio, Rapariga na praia

Talvez nos acabemos por habituar. A partir de uma certa idade vamos ficando na vida e assistimos à partida de outros, são muitos os que têm partido. Estou a escrever isto e indigno-me contra o meu estilo apatetado, os que partem e os que ficam é linguagem estafada para descrever o que sinto. A morte é um estilete fino pelas costas. Não sutura, não sangra. Habituar-me...o caminho é de terra batida, as pedras soltas batem nos queixos, não há como nos habituarmos ao absurdo. Ver morrer alguém próximo repete a primeira dor, a perplexidade encarquilhada da primeira vez. Envelhecemos também com a experiência da morte, não por nós, é o  tributo do nosso corpo aos que morrem.

Um comentário:

cs disse...

Nascemos sós e sós morremos. Foi um instante