
Benfazeja sorte, trouxe notícias dispersas e o presente de Natal, apesar de tardio, veio, e o seu tardar fê-lo embrulhar-se em rebuçado, doce e esperado.
De resto, andamos como à espera de uma ruína ou um cataclismo adiado. A falta de dinheiro é uma mentira bem pregada. Queimamos as unhas dos pés de tanto cirandar mas continuamos a andar, magníficos, que andemos então e sem medo, para a frente, um a um amassemos os dias em braçadas vigorosas e deixemos escorrer ao crepúsculo a melancolia, um poema que salte das mãos e se esfregue contra os vidros da casa e se espante e fique quedo a olhar,
agradeçamos então,que de todos os outros, neste momento, este é o mais tocante dos gestos.