Depois de várias tentativas para me colar às palavras do Nobel, desisti.era mais de outras escritas, das que ligadas ao vórtice do estômago propiciam dois ou três mundos perfeitamente coerentes e sólidos. Só não percebia a tendência para ser protagonista, saltar para cima de uma personagem e vivê-la. Seria infinitamente mais razoável ser testemunha, porque sejamos honestos, o livro está acabado, ninguém foi chamado, o autor morto não pode aconselhar ou alertar para o que pode acontecer, por momentos, ao mundo de cada um. O meu mundo tinha uma change total. A coisa durava cerca de uma semana. Também seria difícil discernir quem salta para cima de...também podia ser a personagem. Em Orgulho e preconceito, fui durante várias semanas o Darcy, foi um caso de sucesso, durante semanas não me importei e escrevia e sentia e agia como ele agiria, evidentemente agora, sem casaca, sem mãos prometidas e sem mansão, sem ingleses, na altura parecia-me promissor, estas particularidades culturais eram perfeitamente secundárias, havia soturnidade e grandeza nos seus gestos e aqui nestas ruas, a esta temperatura e com esta poeira instantânea, andavamos como submersos, nariz ostentando o fedor da merda, então, sim, adoptei-o. Deixou-se adoptar mas resistiu, a esta distância compreendo-o. Ele estava-se nas tintas, a Austen não, deve ainda pavonear-se e com razão, embora de nada lhe sirva, levar almas moles e obscuras ao frenesim de serem outras.
Um comentário:
E aqui confesso... que eu me encontro ao lado
.
.
.
bjo adezembrado
Postar um comentário