domingo, 3 de fevereiro de 2013

Anna Karenina




1935 e 2012. Separam-nos 77 anos. Uma vida.
Até me ficaria bem concordar com a elegância da Garbo, a sua seriedade, always, o rigor contido da Garbo face ao garbo militar do conde Vronsky mas o décor, o guarda roupa e a música que acompanham esta exuberante versão actual não apagam a elegância e o encanto da primeira mas diminuem-no. Não será negligenciável a sedução pela beleza agir de forma a fazer-nos pressentir como ela é  perigosa,  é um cenário sim, mas que cenário!!aquele por onde corre o drama de não mais a possuir ou de não mais a deixar de querer. Depois há nesta versão um toque de Tolstoi, da sua amada Russia dos valores sagrados, puros e sólidos do mundo camponês face à vertigem do toque suave das sedas e dos veludos, a clivagem entontecedora dos prazeres da cidade onde o ócio propícia vaidades.  Não tomamos Tolstoi como pretexto, ele está sempre presente na dimensão trágica e épica desta paixão. Ai a paixão! Ai o cinema!

2 comentários:

CCF disse...

Eu gostei desta última versão, essencialmente por ser teatro também.
~CC~

via disse...

CCF: Também, muito.