pela tarde, ainda no veio da rua uma coisa
qualquer
indisposta gozava o
último sol e todavia
a hora ou o que
restava dela sorvia na esquina
sem que nenhum de nós
desse pela fina visão
rendilhada da sombra
a estátua transparente
de um clássico pecado
inerte e sem
data
marcado pela fronteira
diluída
da tarde
caminhava connosco,
não que fosse novo
era óbvio que não
era, assim o
tratavam os ecos
um pecado antigo
mas da mesquinha
indiferença
ou melhor inépcia para
se apoquentar
só nomear era lícito
sendo assim a
manga dobrada
para as lembranças poucas
afazeres
limpos
superfícies com ruídos de automotoras
a eito sobre
o buço
outras lembranças de gritos
ásperas formas
ásperas formas
ocupavam apenas o tecido da
roupa
ninguém sabia ou
fingia não saber
por fortuitos azares
ou necessidade éramos só do presente
por ele
maquilhávamos as doridas horas da tarde
e emergíamos
indecisos
no peito o arco ou o
côncavo sombrio
do medo ou dor de o vir a ter