segunda-feira, 23 de março de 2015

Salafrária

Volto, volto sempre, a pairar
micrólito do ar parado
regendo a imensa falha desta mó

volto, volto sempre,
entre a bruma e a claridade
Apareço gesticulo
sou ovípara na cidade

o teu cabelo louro, em caracóis
a cega espada do meu peito incandescente

Logo, na canseira e no embuste
abrirei o livro, farei o resumo da matéria
sucumbirei dardo pesado
ao redor do juízo
antes, depois
logo a seguir
interrupção estendida
recomeçando
ser desfocado  entre abertas asas feridas
consumo do silêncio
rigor da chibatada sobre o ventre
aquele árido ventre separado

Volto, assim mesmo, acertada
sob um nome falso
sob nenhum nome
sob um céu de chumbo
branqueada

4 comentários:

cs disse...

muito

via disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
via disse...

cs: muito mau?

cs disse...

muito bom....