domingo, 28 de agosto de 2016

manhã

Eram sete e meia
hora dourada sem poetas ou touros mortos
a tiro de carabina.
Acidentalmente, ao redor da fonte
o contorno de uma cotovia
levanta um pouco de vento
sacudindo o pó ao mármore
simétrico das janelas cercas
onde supomos haver céu

Era hora de recomeçar
ouvir trinar o melancólico peito
enrolar um fio a jeito
e a seguir já sobre o balcão
limpar a faca de pão
da laranja aberta
e, quem sabe, pensar
(com alguma sorte)
que o café a ferver não vai sair muito forte.

5 comentários:

Graça Pires disse...

Gostei muito deste poema. Nele se misturam os imaginários: o real e o poético.
Uma boa semana.
Beijos.

via disse...

Igualmente para si. Obrigada.

cs disse...

muito

via disse...

cs: esses comentários são muito misteriosos.

cs disse...

gosto muito. Das palavras e da fotografia. Das palavras cruas e da delicadeza e fragilidade da fotografia. Sou uma preguiçosa com as palavras. Desculpa. cs