domingo, 30 de novembro de 2008

com a mãe e o mar

Hoje há a realçar o modo como o mar sendo apenas e mais uma vez mar, foi um mar novo. a minha mãe de braço dado comigo na modorra da chuva fininha, também deu por isso. ela estava a lembrar-se há muito tempo, desde que estacionámos o carro na ladeira defronte que se vinha lembrando, mãe, o mar. ela, no entanto também achou coisas sobre o mar e disse-me: "Olha, bonito". Os homens e as mulheres , olham com ar nostálgico este acontecimento, entretanto, eu e a minha mãe falámos da morte, da que é real e não há que temer se for rápida, como o coração, magnífico órgão esse, até na morte nos consola! a minha mãe também acha mas falar sobre isso, agora...não ficámos o tempo suficiente para que alguma coisa acontecesse ao mar e viemos embora, eu com a bota suja e também o amor sujo pois comigo levo as frases e os sentimentos do amor, apesar de não querer. resisto a tudo como uma estuporada. o final do dia saldou-se por olhares trocados, ainda me surpreendo, à força de estar aqui trancada perdi o sentido das proporções, um simples olhar atira-me de jacto para a boa disposição, um toque põe-me a tremer da perna...um estado como outro qualquer,

como sempre, vamos tentar edificar, depois em casa mudo os livros , da mesa para o chão e do chão para a cabeceira e depois para a cama, carrego-os com as suas páginas brancas mas não leio, detesto-me por não o fazer, sou tomada de óbvias tonturas de criança e sonho, não resta muito mais, deambulo, perco-me, e aqui, na casa de pedra onde o aquecedor faz deslizar o contador da luz a velocidade estonteante, volto a escrever e a sentir a efervescência de o fazer e, caros bloguistas, sei que não me vão ler, os que me leriam não se contam no caminho, ficaram a meio da estrada tapados pelo sol a pique. Quanto a vocês, passam por aqui os olhos cansados, seguem em frente. São muitos, muitos, e o número é um número a seguir a outro, mas sabem: Todos ansiamos na atenção do outro, ou julgamos que sim apesar de ser lúgubre esta consciência dependente. Para não desgostar os que apenas lêem a última linha, aqui vai:
há uma multidão de feras azuis na noite mais longa.
certo

Um comentário:

SMA disse...

Errado
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há sempre uma multidão
mas também alguém que fica
eu fico
e levo-te
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ainda bem que nas diferenças há toques de comum.
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bjo doce