quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

divagações

Richard Kalvar
hoje vou falar sobre o espírito e a carne enquanto vou fumando um cigarro, não há pressa nenhuma, apesar de supostamente haver sempre qualquer coisa urgente, qualquer coisa que não dominamos, qualquer coisa que nos escapa, é isso a pressa, mas agora pressa nenhuma, sei perfeitamente o tempo limite de uma prosa curta, algumas linhas e as mangas do casaco a roçarem o teclado, há que as arregaçar, pequenas contrariedades, interrogo-me sobre este facto tão simples: porque será que a minha mãe teve uma influência tão decisiva no meu carácter mas nunca me impediu apesar de tentar vezes sem conta de me vestir mal, comprar roupa larga demais apesar de isso não revelar nada, porque gosto do meu corpo mas também gosto de roupa larga, e assim para falar do espírito ele como cresce para os lados e para a frente absoluto e teimoso mas a carne não, mantém as curvas, as dobras, os intestinos, silenciosamente busca a saciação e encontra o desejo.

5 comentários:

Alberto Oliveira disse...

... o hábito não faz o monge.

Por mais que tente não consigo convencer o meu espírito a usar a barriga proeminente que habita o meu corpo.

mixtu disse...

o espírito... que pesa

a carne... que demonstra sentires...

divagando...

:)

abrazo serrano y europeo

~pi disse...

entre carne e

espírito,

o(a)s prego(a)s,




beijo




~

via disse...

legível: é preciso continuar a tentar...bem vindo.

mixtu: abraço citadino.

~pi: prego, ti prego, ou prego o prego, para não haver mais separação de um e outro.
(isto é muito codificado ou é impressão minha?)

Ana Paula Sena disse...

:)))

Gostei!