domingo, 29 de novembro de 2009

cinema

"A linguagem verbal está morta" diz Tetro, di-lo no entanto através da linguagem verbal, é ainda pela linguagem verbal que surgem os compromissos e se desfazem. Em Tetro há um pensamento que se interroga mas para além e mais importante há laços que nenhum pensamento por mais despegado poderá quebrar. vi o filme numa noite chuvosa e gélida onde a meteorologia previa alerta laranja para certas regiões do país e as árvores esperneavam com o vento. são-me saborosas estas rotinas de cinema, este calor das salas no inverno e as imagens a correrem à frente dos meus olhos. gosto disto, depois sair de novo e a noite já não nos apanhar desprevenidos porque não paramos de querer meter nas palavras a bravura do que sentimos por dentro, esse entusiasmo. reparo num homem que caminha com os pés descalços na rua molhada, a realidade confunde-se na fantasia e de olhos vermelhos, ainda enevoados de outras ruas, reconheço burguesa esta arte da fuga. ai ir. ir mesmo, para enfrentar tudo de olhos bem abertos.

5 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Quero muito ver este filme, já que não pude vê-lo no Festival do Estoril.

Ver tudo de olhos bem abertos, sim, concordo, também quero. Apesar de ser tão mas tão difícil. Sobretudo quando na calada da noite, o frio nos toca os ossos.

Digo eu, que trabalho sobretudo à noite :)

Abraço

Anônimo disse...

A não perder pelo que vi!

g.

via disse...

Ana Paula sena:Também, às vezes à noite. Vai ver, com os olhos bem abertos, a fotografia e aquela coisa maluca a pulsar, espantas certamente o frio dos ossos. bjo

Anónimo: é mesmo.

g disse...

A anónima sou eu!

Acabei de ver, muito denso.

Anônimo disse...

Obrigado pelo post útil! Eu não teria chegado a este o contrário!