quinta-feira, 15 de setembro de 2011

on the beach

demoro muito tempo a não fazer nada por estes dias quentes de Setembro. demoro nas coisas porque as disponho de forma diferente para me certificar da surpresa de não as encontrar no sítio habitual. demoro-me também nas tarefas, reconduzo e recomeço, separo, reconstruo.adio. demoro-me muito nos sonhos e nas imagens do pensamento acordado ou no pensamento a dormir e demoro-me sobretudo nos sentimentos. olho-os. com vagar. deixo-os chegar mesmo à flor da língua mas não os seguro ao nome, prefiro que dancem sobre a tentação de os agarrar a um ou outro, meus serão mas não tenho a certeza.vêm e vão. aprendem e esquecem. e são novos, resplandecentes, guerreiros e escravos. neste dia quente de setembro, na praia, com a Escola longe, uma onda veio rebentar nas nossas pernas de banhistas tardios, sequiosos de fresco, não resistindo ao impacto caímos como um castelo de cartas. de gatas no meio da espuma olhámos uns para os outros e desatámos a rir. comungar um sentimento é uma alegria. (sobretudo com as calças na mão) seria até desejável reconhecermos que andamos todos de calças na mão, ou seja, de gatas na espuma.

4 comentários:

g disse...

Gosto desta dança que acaba molhada!

Bom texto.

bj

hlebre disse...

Supresa e Espuma: sim, acho que gosto.
E de árvores que não choram e de pessoas sem sede... Começo a querer Inverno!!!

cs disse...

e em cada Setembro a desconstrução projecta-me noutra construção onde qualquer ponto serve para criar um tempo. Um outro tempo :)

via disse...

g: dizes bem, são mesmo danças, valsas lentas. obrigada. bjo

hlebre: ora bem...vou tentar entender o que queres dizer, surpresa e espuma, vem no seguimento. estas são árvores, tentam criar raíz mas pessoas, sede.Inverno? será porque há ondas a quebrar os tornozelos? enigmático.

cs: setembro é mestre em recomeços ou começos absolutos, sim.