segunda-feira, 16 de julho de 2012

fotografia

Germaine Krull, 1927

Fotografar o nu,  ver o nu fotografado é o melhor modo de compreender o tempo. O nu desenha a ténue linha do presente, corporiza o presente na sua efemeridade nostálgica  magnífica e intocável. Carne dissolvida em pequenos pontos luminosos ,a biologia deixa-se seduzir pelo sonho ou pelo desejo, nesse instante vida esplendorosa e vislumbre desapaixonado da máxima beleza e da máxima perda.

6 comentários:

cs disse...

cartografias !

cs disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alberto Oliveira disse...

... o corpo e o tempo. E a fotografia; testemunha fiel (sem filtros, sem filtros... ) do momento. Depois emoldura-se, contempla-se e mais tarde comenta-se "o que o tempo nos faz!" ou "como o tempo passa, parece que foi ontem!" ou ainda "... mas porque estou a perder tempo observando o passado? é verdade que sim; que tinha um palminho de cara, que o pescoço não se confundia com o tronco e a barriga podia admirar-se de perfil. Mas não há volta a dar à marcha do calendário e coisa que não falta cá em casa são espelhos... "

Não passava por aqui (sítio que prezo pela qualidade dos textos e da escolha temática) há uns tempos e andei a ler para trás. Com prazer.

cs disse...

antes pelo contrário. A fotografia é uma representação , um registo, cheia de filtros. O momento é, sempre, interpretativo. É aqui que reside o seu encanto. Nos olhares múltiplos que proporciona.
(eu acho!)

L.S. disse...

Já deveria ter "dito" que agrada ver a beleza na fotografia e no texto...

via disse...

cs e Alberto: sendo a fotografia lugar de interpretação mas também de fiel testemunho, tanto pode ser arte como apenas apontamento do momento, depende do modo como é feita, para qu~e e do modo como a queremos ver e para quê. assim sendo a infindável discussão do que é não se esgota numa definição. belo.

LS:obrigada.