quarta-feira, 24 de outubro de 2012

arena

Ontem, pela primeira vez, estive muito perto de um estádio de futebol. Contornei-o, do lado de fora, ( ainda são 15m a andar), depois a elevação, os ferros em altura,  as grades, as frinchas por onde se espreita o verde da grande arena. O majestático da estrutura acorda ecos das grandes catedrais góticas, não parece haver dúvida, estas são as novas representações da fé dos homens. O hino  da claque do Benfica dos "No name boys" tem um verso apologético: "Quero morrer no estádio!" mas dai a Roma o que é Romano, as arenas de Roma, o Coliseu, a semelhança é evidente. Os cristãos lançados às feras, os cristãos morrendo para erigir as grandes abóbadas das catedrais. As imagens convocadas de grandes delírios, martírios e corpos extasiados e depois a pedra a testemunhar, fria, inerte, abrindo as portas para a perpetuação do ritual. E se fechassem a arena? a cadeado, digo, e a vendessem à peça?

2 comentários:

S disse...

Panis et circus!
(e depois o povo alimentava-se do quê?)

via disse...

sónia silva: pão e circo, é isso mesmo, eheheh