domingo, 7 de outubro de 2012

outono


ando na garagem à procura de um livro, muito pó, outubro também, os barcos apitam no rio.
 Seria uma manhã de luz, há espaço nos olhos para o fio a prumo da luz de outubro caber. Não sei praticamente nada, armei-me de coragem para deixar a seguinte  mensagem  no caminho: Aqui, no apartamento sem terra, espantada no ar, engoli o anel e abracei-te.
(de todas as palavras só a a última faz sentido).A cidade agradece, que gente no ar possa escrever, modo de ganhar terra, retro escavar em sonho terrenos baldios à imaginação,
ou ainda para poder colocar nas folhas caducas das árvores, a melancolia: espécie de sonho encriptado.
procuro um livro em apartamento.stop. outubro. stop. os meus braços a deslindar o novelo do rio, ou tu, encostada ao dourado lasso do mês.stop
 
a foto não sei de quem é 

2 comentários:

cs disse...

Também não sei de quem é a foto. O texto gostei :)

via disse...

cs. Obrigada.