Istambul, a cidade entre as margens, uma observando a outra, subindo e descendo entre braços de mar e rio, crescendo meia sonâmbula ao som dos cânticos projectados nos altifalantes dos minaretes, são essas vozes que juntam as margens e unem o povo. O significado religioso tem aqui uma muito bela ressonância, religare, unir o distante e o diferente num mesmo gesto, ajoelhar e orar. A maciez dos tapetes acolhe os nossos pés cansados e sentimo-nos seguros, numa mesma família que fala uma linguagem antiga e comum apesar das sonoridades estranhas da língua. Techekur ederim levou algum tempo a aprender mas dizê-la provocava-lhes uma emoção surpreendente, baixavam a cabeça e tocavam com a mão direita no peito repetindo a palavra baixinho, como para dentro, numa breve e tocante cerimónia de agradecimento. Só para nos retribuir muito obrigada. Insallah! talvez um dia possa voltar com mais palavras, muito mais palavras!
5 comentários:
Gostei de viajar contigo.
Sobretudo da sensibilade da viajante.
Diz lá que não é de vir de alma cheia e renovada? Bom, não é?:)) Welcome back.
g: é o sítio e as gentes que nos inspiram. é bom viajar.
cassandra: sim, sim, a alma neste começo de ano lectivo, ficou também um bocadinho lá!
Gostava de ir! É lugar onde se possa ir por conta própria, sem agências de permeio? E a vida é muito cara?
Gosto do blogue, venho às vezes.
~CC~
CCF: a vida é mais barata em Istambul, a libra turca é metada do euro, logo...sem agências é que não sei, deve ser mais complicado, mas na net arranjam-se assim umas oportunidades muito acessíveis.
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