domingo, 6 de setembro de 2009

notas de viagem

A azáfama de uma cidade e a Lua, a linha encostada de mar, as vozearias, as correrias, ocupam os espaços vazios do pensamento no intervalo das emoções. Aquela absorção de cada um na vida de si próprio. Absorção de cada um na vida de si próprio, assim vejo a vida da cidade.Passar nas ruas e olhar à vez as montras, as pernas e as unhas escondidas no pó dos dedos inchados dos pés. As coisas atrás e à frente e os meus pés. Volto à cidade agora que não posso lá voltar e compreendo que no pensamento voltam as emoções identificadas, delineadas, correctamente ordenadas pelas suas causas. o rasto das pessoas prende-se-me nos dedos e lembro uma velha frase "gosto mais de ti quando te ausentas". Hoje o pensamento refugia-se, ampara-se nessa ausência. Talvez seja frouxo, é seguramente vibrante.

2 comentários:

g disse...

Quando estamos longe, o que sentimos torna-se num rio de caudal à solta, só podemos deixar transbordar!

via disse...

g: é verdade, a distância e a ausência avivam e desenham nitidamente os sentimentos talvez porque o pensamento seja como dizes um rio de caudal à solta.