
Este ano no dia mundial do teatro assisti à procissão do Senhor dos Passos. não será o mesmo, num certo sentido, no propósito são bem diferentes, mas podem ambos ser apreciados esteticamente, é o que faço, o andor com a figura do Cristo curvado sob o jugo da cruz, de manto roxo, os espinhos cravados, o fio de sangue na testa e nas fontes, depois o discurso da expiação, o sofrimento, no altifalante do carro Deus ajuda-nos a suportar a dor, porque sofreu e pelo sofrimento salvou-se, e salvou-nos, fará sentido, o teatro salva-nos pela arte de nos fazer rir ou chorar, mas é humano, e ali também o humano ganhou a palma ao espiritual. a minha mãe apertou-me o braço comovida quando o andor passou por ela e vi os seus olhos marejados de lágrimas,a verdade é que me emocionei terrivelmente com a emoção dela e assim ficámos as duas num momento de êxtase e beatitude, como se de repente tivessem aberto uma longa avenida onde antes só havia ortigas e mato.
4 comentários:
Não há dúvida que o paralelo é plausível. No fim de contas, ambos são representações, têm um público e um conjunto de figuras centrais e secundárias... Já as avenidas que se abrem por via da empatia com os que mais amamos, não têm paralelo fácil, mas são, frequentemente, igualmente 'redentoras'.
Abração! :)
Pondera esta sugestão:
Um coral sinfónico.
(O que me impressiona muito é o ar grave com que as procissões se desenrolam.)
Bjs
R: é verdade, essas são redentoras, por via da procissão que sem ela também não haveria tal empatia. Abraço
JPD:Também é um momento de anjos a bater asas, aí mais a leveza, aqui outra espécie de emoção, mais grave. bjos
A longa avenida é o mais bonito. Gostei.Bj.
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