quarta-feira, 30 de março de 2011

Ângelo de Sousa e as histerias bancárias

nesta altura precisamente, em que há no éter, uma perigosa e derrapante opacidade discursiva, das taxas de juro, e da dívida pública, negócios que ao português médio como eu, têm o significado duma atoarda de gafanhotos bêbados, isto é, passo a explicar, uma espécie de bombardeamento à toa de cuspo, que por mais realista que possa ser é, ainda um total e desbocado "non sense", a não ser o de sermos culpados de mau olhado cuja solução não está ao nosso alcance mas numa autoridade diabólica apostada em nos fazer ver como pecámos e como é insustentável o nosso pequeno viver, espalhando o espectro, até ao limite do filme de terror, sem figuras maléficas, com pézinhos numéricos. Taxas e taxas e taxas, descabeladas, agrupam-se à nossa frente como teclas de um piano desafinado. QUAL O PROPÓSITO, PERGUNTO EU? Depois olho para os quadros do Ângelo de Sousa e sorrio, passa o esconjuro, volta-se a respirar, há melros e cotovias, luz e sombra, pessoas e essas coisas de que a vida é feita, voltam a ganhar os seus devidos contornos.

7 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Caramba, também eu estou farta de ratings e coisas que tais! É preciso esse ar que respiram as pessoas vivas. O pior é este filme a passar pelas nossas (pequenas) bolsas.

Beijo.

R. disse...

Maravilhoso 'escape' :)

Um abraço desprovido de número!

via disse...

Ana paula sena:estamos todos fartos, e passa também, não há como fugir-lhe.bjo

R: Não é? mesmo, estou encantada com o Ângelo!Abraço

Unknown disse...

Se uma qualquer leiloeira inglesa ou norte-americana tivesse leiloado com um valor superlativo uma obra de Angelo de Sousa, talvez os eduitores deste esmagamento financeiro abrissem uma brecha, um niquinho sequer, para falar do pintor.
Assim, não.
Bjs

Anônimo disse...

Assim...sim!Ao colocar a questão no divórcio do espaço real com a estratosfera cacafónica do discurso da dívida,estou mais em sintonia consigo.Há os lavadores de cérebro sempre de serviço,24 sobre 24 horas,e o mundo real,o povão que trabalha e sofre todos os dias,e que ainda por cima,tem que aturar estes delinquentes.Realmente,só através da pintura de A.de Sousa e etc,quer dizer das coisas que realmente importam,é que se encontra bálsamo par esta praga!

POVÃO

via disse...

JPD:os tipos são pobrezinhos de espírito mesmo, a má sorte é pensarem que são todos como eles, só cifrões e FMIS: bjo

Anónimo: sr povão, estas pequenas tréguas são só aparência, porque isso do povão dá-me comichão e já rimei!!

sem-se-ver disse...

(morreu tão novo, ele...)