domingo, 10 de julho de 2011

Será possível conciliar duas perspectivas antagónicas sobre os valores? A questão é manhosa, e coloca outra: serão perspectivas ou crenças verdadeiras? e se assim for a questão é: Qual das crenças será verdadeira? Agradam-me as crenças cristãs e as críticas de Nietzsche. Oscilo entre concordar que o Bem e o Mal são o resultado de uma acção que nos reforça ou enfraquece o poder. Que poder? O poder sobre os outros e também o poder sobre nós próprios, e agrada-me a noção de despojamento e abnegação, da culpa e da expiação, valoriza a humanidade no indivíduo e transmite paz. Li há pouco umas palavras do Tolentino Mendonça que fazem todo o sentido. Dizia ele que há os porcos-espinhos, monotemáticos que vão aperfeiçoando e perseguindo uma crença até ao fim e as raposas que se interessam por tudo e se entusiasmam com tudo. Identificava-se ele com a raposa e sim, a raposa, definitivamente. Uma raposa que fareja e se recusa a decidir.




quadro: Winslow Hower, Fox hunting

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