sábado, 17 de dezembro de 2011

reflexão natalícia

há certos valores em desuso. bom e mau, por exemplo. um homem bom ou uma mulher boa. uma mulher boa é mais "como'milho", um homem bom, é um tolo. quando utilizamos bom, é em geral para comida, este guisado está bom, ou no futebol: aquele "gaijo" é bom jogador. coisas boas são, em geral, para o paladar, ou cumpridoras da função. Mas, nós punimo-nos muito por descurar a virtude moral, ora para aliviar a tensão, a máquina social produz, à velocidade da luz, solicitações solidárias. dar para aqui e para ali, ajudar os pobres. Os milionários fazem-no, a virtude cristã idolatra-o. poderia ser uma forma de manter o equilíbrio, entre o egotismo e a instrumentalização. seria, até uma boa forma se não fosse perpetuar esta situação, e esta situação não se quer perpetuada. O humanismo não nos desvincula das obrigações morais, mas fá-lo num quadro de referências diferente, este quadro, agora é falso e não muda nada verdadeiramente. urge desenvolver a noção de um homem integral, não vinculado a obrigações postuladas por um quadro social em que a virtude se contabiliza pelas coisas feitas, produzidas. A questão base é a falta de confiança na humanidade, a visão de uma humanidade injusta e imatura que perpetuamos porque nada fazemos para alterar, esta humanidade precisa de rédea curta e de ensinamentos, mas os ensinamentos não tornam a humanidade melhor, não é isso que se lhe exige; exige-se antes pagamento ou punição por cumprir aquilo que se lhe exige: Produzir, produzir e como não sobra tempo, a caridade é o mais rápido e eficaz porque não incomoda a produção nem o consumo. ambos o BOM.




Foto Eisenstardt

3 comentários:

Cassandra disse...

Eu sou uma boa mulher. Tu também és, minha amiga. Não precisamos de produzir grandes feitos ou excerdermo-nos na generosidade natalícia e hipócrita. A bondade e generosidade são anuais, facilmente identificáveis pelos outros, ignoradas, todavia, porque é mais conveniente e adequável ao universo egotista e socialmente injusto em que vivemos. Seja qual for o caso, boas pessoas merecem um bom Natal. Merry Xmas, my dear good friend.

R. disse...

Tocas muitíssimo bem na ferida. Hoje em dia, a simples ideia de moralidade arrepia muitos e indigna outros tantos. Sim, porque se confunde "moral" com "moralismo", e com isso se cai no vazio ou na superficialidade que tão bem descreves. O humanismo é urgente, e se o deixamos soçobrar a humanidade terá de encontrar uma outra designação para si própria.

(Sempre pertinente, sagaz e descomplexada, via!)

via disse...

Cassandra: Olha tens certamente razão e eu desejar-te-ia um Excelente Natal sempre e todos os dias, se não te desejasse especialmente agora.minha amiga.um abraço.

R:a moral e a moralidade soam a coisa velha e bafienta, mas não são, há laivos nelas, arremedos de grandes feitos e integridade. um abraço e obrigada.