sexta-feira, 29 de junho de 2012

sem título

Enquanto são só lençóis, o peso das pernas e da barriga, deixo de voar, mas depois há aquela frecha aberta, a velocidade soluçada e o tombo elástico entre saliva, a distensão muscular, curva entre o começo e o recomeço. O corpo segura atrás de si , uma parte especial do corpo, segura atrás de si, rabias, histórias, coágulos de sangue, mitos,   calor húmido, esse calor que cria  água, aí teria de me perder ou então deveria haver uma estrada para continuar a escrever, de novo: golfadas e esfinges. Como pode ser esfinge essa frecha aberta? É. Tirei-a do deserto e ela veio pelo seu pé arribar onde eu já me tinha acotovelado para ganhar espaço à morte. Ficou ali, no átrio, e são os meus braços que agarram e suportam as suas antiquíssimas colunas.

2 comentários:

R. disse...

Braços que resistem e corpo cujo peso assegura a subsistência tangível para que o resto possa voar.

Um abraço.

via disse...

R: exactissimamente.bolas!!abraço