terça-feira, 30 de outubro de 2012

lucidez


Ser lúcido! Não ser lúcido? lenga-lenga. Não existe tal coisa como a lucidez. Depende da ficção dominante, assim descrever uma realidade dominante significa lucidez,  sendo aqui dominante equivalente a convenções aceites por um certo grupo dominante, intelectualmente dominante.Mas há verdade. Há um universo empírico verdadeiro, assim como há um universo psíquico verdadeiro. Havendo lucidez no que concerne a cada um deles, quando o restringimos. Lucidez será tacanhez, então.
Desconfio de quem advoga pela lucidez, desconfio de discursos de intenções. A verdade empírica de estar sentada a escrever isto, não pode ser separada da verdade psíquica de achar qualquer bom ou mau sentimento nisto de estar para aqui segurando nenúfares e reequilibrando economia e prazer. Não me esqueço dos carros lá fora, do cortinado estático e pesado, do cabelo que cresce mais na Lua cheia e de ser graduada em filosofia. Na realidade destes factos não há lucidez nenhuma. Só a crise e o desemprego, do resto não é permitido falar pois corresponde ao etéreo. Ajoelhemos então, olhemos as mãos e respiremos na tranquila inocência do nosso desespero.

2 comentários:

O Puma disse...


Na verdade relativa

via disse...

O puma: a verdade não é relativa, se o é, não há verdade e eu acredito que sim, que há.