quarta-feira, 13 de julho de 2011

É curioso o modo como tratam as imagens duas gerações separadas por 35 anos. A minha sobrinha tinha de copiar um quadro para a aula de pintura, escolheu este que aqui vemos, escolheu-o ao acaso na busca do google, gostou da imagem, tout court, nada sabia do autor, da obra, da técnica, era-lhe indiferente, a imagem valia por si. O quadro que pintou surpreendeu-me, gostei, as formas o enquadramento, mas o original tinha mais força nas cores, tentei perceber porquê, disse-lhe, o original é um óleo, só o óleo permite estas cores e tu pintaste em acrílico. duvidou. pesquisámos, eu estava interessada no autor, quem, porquê, como, quando para ela tal pesquisa não tinha qualquer sentido ou utilidade, para mim era crucial a identificação da obra com o autor. afinal, tinha razão, era óleo. ainda dou por mim a remoer esta desconfiança. Não aceito imagens por si, tenho de as compreender no contexto de uma obra, de uma pesquisa, de um estilo, Thanks Cat por me possibilitares estas descobertas e por seres fantástica.



Quadro: Françoise Nielly



ver aqui

4 comentários:

Prof_helena disse...

Tu precisas da Palavra. Somos da "colheita" do Dizer: a imagem está pendurada no que se diz sobre ela.

Esta geração não necessita: precisa dos sentidos deslumbrados. A imagem existe. Ponto.

g disse...

Há o gostar e o observar e tu já tens muitos argumentos que não se influenciam só pelo impacto!

via disse...

prof helena: é isso, preciso das palavras, mesmo, sem elas fico à toa.

g:tens razão, o conhecimento torna-nos mais selectivos.

Cassandra disse...

Boa escolha :)