
neste tempo aqui, agora, há coisas a fazer, nada para dizer. disse tudo, disse demais, usei muitas palavras, não disse nada, consente-se em dizer, depois em não dizer, só puxam pelos colarinhos umas das outras, as palavras, então, basta, falar. pode-se rir, chorar. abraçar.correr. acercar-se do corpo, respiração dolorosa, envergonhada. é triste o corpo, quando o olhamos como estrangeiro, descurámo-lo e as vísceras revoltam-se, parece-me uma ideia com pernas para andar que as grandes revoluções, até as pequenas! se iniciem com violentas dores de barriga. não é digno, não senhora, mas a dignidade ou o esforço para a repôr vem depois e é a história inteira.
4 comentários:
É uma revolta de dentro p'ra fora... "Sejamos cúmplices" também nisso ;)
sempre temi 'enxurradas' de emoções.
A verdade, verdadinha é que "todos estamos na sargeta mas alguns..." (O.Wilde): esta é que é a História Toda, mesmo, mesmo a história de cada um. À nossa maneira. Que bom!
R: Pois, cúmplices já somos e mantemos.
ss: e fazes bem, são sempre de molde a trazer arrependimentos depois.
HL: sim, na sargeta e mesmo assim contando histórias, não nos cansamos de as reinventar, às histórias,são elas que nos puxam pelo colarinho.
Postar um comentário