quarta-feira, 19 de outubro de 2011

títulos deprimentes

Já aqui tive oportunidade de dizer que atribuo o meu ser conservador, com uma costela raquítica de reaccionário, à idade. envelhecer em nós envelhece o redor de nós. aplicamos a fórmula: seguritas, vice silenciosa. que a segurança é silenciosa e adormecemos confiantes. hoje, só hoje, (é incrível a pretensão que ter um blog pode dar...)vou abrir uma excepção e articular algumas palavras sobre o que penso deste problema:


Democracia e falência capitalista.


Vejamos três tópicos que cobrem o espectro opinativo imediato:

1.Estamos falidos.

Portugal não é uma empresa falida. É o Estado actual que está falido. mas a falência não é só nossa, os Estados capitalistas estão todos falidos. o capitalismo arrasou. não são os Estados políticos a governar. o capitalismo é que governa. o FMI, a Banca. etc




2. Passos Coelho com os óculos encavalitados e o ar de retoma (austera) faz lembrar Salazar.

FAZ LEMBRAR e ele próprio acha que sim...não sei bem quais as consequências mas não auguro boas porque Angola, Guiné e Moçambique não podem ser a escapatória, logo, não há por onde escapar à miséria.


3. A economia é estranha, anda tudo com ela na algibeira, a poupança e bla bla bla mas não há uma ideia política inovadora. era esta a altura de ousarmos. por exemplo: descobrir o equivalente ao caminho marítimo para a Índia que já descobrimos.


4. Os protestos nas ruas dão-nos a cor da nossa desconfiança mas também são manipulados vergonhosamente por partidos insatisfeitos e anacrónicos como PC e Bloco.Urge outra revolução para instaurar outra ordem, (acho que vou morrer sem ver). A nova ordem política deixa a cisão esquerda direita. Sempre achei que essa treta dos direitos assentava num facto essencial: O dinheiro. Há que depôr o capitalismo. Fazê-lo baixar a crista. Como vivemos todos segundo o capitalismo, fazê-lo baixar a crista é baixarmos nós a crista ao consumismo desenfreado.Os nossos hábitos de vida são o capitalismo. Vou pensar sobre isso.

Fotografia de Kertész

6 comentários:

S disse...

Que foto tão bonita para um assunto tão podre.

Estou cansada deste assunto, há já vários dias que me recuso a falar ou escutar as atrocidades televisivas.
Talvez esta minha solução não seja a melhor, afinal, se tapar os ouvidos o problema não desaparece, mas que por vezes sabe bem, sabe!

via disse...

também estou cansada deste assunto. olha vou pôr outras coisa para desanuviar a cabeça.bjo

CCF disse...

Gostei imenso da tua reflexão. E não me canso, porque isso é calar a minha esperança em algo novo, se não for eu a ver, que seja a minha filha.
~CC~

cs disse...

cansei também pk o paradigma de pensamento está errado. Olhe esta
foto.http://blogscraps.blogspot.com/2011/10/coisas-que-circulam-por-ai_19.html

Que acha? É por aqui....e seja o Passos seja o Seguro seja o que for , qualquer deles terá um ar bolorento. O enfoque é desconstruir e construir qualquer coisa que andamos À procura e ainda n sabemos o que é.
Acho eu!

R. disse...

Subscrevo-te (quase) inteiramente. Só não sei se a alternativa ao capitalismo passa por arrancá-lo pela raiz. A cura poderá matar o doente. Mas concordo que se trata de um sistema em contínua autofagia. Cabe-nos (ou aos que de nós assim pensam) procurar alternativas menos destrutivas...
Um abraço lembrado.

via disse...

CCF:e tem de vir, é inevitável que estamos a viver o fim de qualquer coisa. Obrigada.

cs: fim de um paradigma, de um certo sistema, já sou velha demais para imaginar o novo, mas garanto, de olhos fechados que virá.

R: Tens razão, o capitalismo alimenta o nosso modo de vida, matá-lo é matar esse modo de vida, ninguém gostaria disso. mas há que mudar alguma coisa. abraço