sábado, 7 de fevereiro de 2009

Hoje poderia falar daquele cão abandonado à chuva a dormir em cima do passeio. Tem um olhar meigo e triste, não resisti a parar o carro e a arranjar-lhe um plástico para se abrigar, no meio da noite, fiz-lhe umas festas no pêlo molhado e ainda gritei para as janelas apagadas "Ó de casa, ninguém recolhe este animal?", nenhuma se acendeu, toda a gente dormia na noite gélida, senti mais uma vez que sentir é só o nosso pequeno inferno pessoal porque nada pude fazer pelo animal e deixei-o, ainda perguntei a algumas pessoas conhecidas: "alguém quer um cão?" mas não tive sorte. Ontem quando vinha do teatro, enganei-me na estrada e fui dar com ele parado no meio da rua, aí, só aí ,compreendi que me tinha enganado, que não era aquela a estrada que devia seguir para voltar a casa. O cão entrou de novo, com o seu olhar interrogador, na minha vida.

4 comentários:

eu disse...

que perguntaria ele? eu pergunto como é que há pessoas que adquirem animais como objectos? sinto-me violada na condição humana, quando ouço histórias de pessoas que abandomam animais por caprichos fúteis... até

Ana Paula Sena disse...

Tanta maldade e superficialidade quanto aos animais!

Suponho que sentiu em ti um ser humano solidário com os outros seres vivos. Por isso, terá voltado a entrar na tua vida.

Gostei de ler o teu apontamento. Sinceramente :)

Anônimo disse...

Será que ele queria ir contigo?

via disse...

pergunta: porque não me levas para casa? e eu não posso. infelizmente não há multas para essas pessoas mas devia haver!

ana paula: é cruel sim, talvez, é um chamamento, ou pelo menos interpreto como tal, obrigada,

anonimo: era isso, queria vir, mas não tenho espaço para o cão porque tenho gatos.