terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Quando me ponho a sentir tudo me dói, não sei se é de mim que vem este procurar o bico da faca, se só sinto esta tristeza agarrada a tudo misturada com tudo, mesmo com aquele gosto leve da alegria ou se, simplesmente, as coisas foram acontecendo sem o meu consentimento. sinto-me ostra com sangue e veias dentro e lembro-me de ti sempre e continuamente, na claridade dorida das praias, na confusão das tascas, dos teus pés no meio das poças de chuva e do teu ar sério a lançar a toalha ao ombro, do vinho que entornámos numa noite, do calor do teu corpo ao meu lado. E sinto e sinto e sinto e agora já não devia sentir e não o quero fazer porque contra toda a razão se apresenta o meu sentir e tenho coisas para decidir e só sinto e quando assim é contra mim mesma me ponho em luta, e apesar de haver todo o mundo à minha espera só sinto que já me perdi e ao mundo comigo ou sem mim.

4 comentários:

Anônimo disse...

sempre a eterna luta entre razão e emoção... e que fazer quando "toda a razão se apresenta o teu sentir"?belo texto. gostei. até

as velas ardem ate ao fim disse...

e apesar de haver todo o mundo à minha espera só sinto que já me perdi e ao mundo comigo ou sem mim.


Subscrevo.

um abraço apertadinho

via disse...

comsentido: sim, uma eterna luta que se quer, enfim, num equilíbrio.

as velas ardem até ao fim: subscrevemos, então! Obrigada pelo abraço!

Ana Paula Sena disse...

Bonito e sentido, o teu desabafo :)

Somos, muitas vezes,seres divididos. Mas só por aí se chega à integralidade. Parece-me... :)

Um bj (inho)