sábado, 6 de junho de 2009

cúmulo-nimbus é o nome dado ao diabo que tragou 228 pessoas numa fracção de segundo. o inferno no céu, parábola de uma ilusão metafórica, a do céu como paraíso. a súbita evaporação da face da terra de 228 pessoas fruto de nuvens gigantescas e raios fulminantes adensa-nos o mistério de saber se este azul que nos cobre não é mais que a capa de um deus tentacular e vingativo desafiado pela arrogância humana. O que é um airbus com tecnologia de ponta, senão um pássaro de ferro frente ao insondável? não haja dúvida que este acidente nos corrói de um medo antigo, as asas de uma águia que na eternidade debica os olhos a Prometeu por ter roubado o fogo divino. Por momentos os mitos surgem na sua realidade, avivam-nos os limites.

2 comentários:

~pi disse...

memórias avivadas, sim.

mitos, também, o seu mistério

insondável e fatal,

e sempre, sempre, a profunda

e incontornável fragilidade

da vida física,





~

via disse...

-pi: frágil, demasiado frágil e, no entanto tão distraída acerca dessa fragilidade!