quarta-feira, 10 de junho de 2009

já não sei bem em que acredito, em que acredito eu? e será que é forçoso acreditar em algo? podemos viver sem acreditar em nada e também, à vez, ir acreditando em coisas que depois deixamos de acreditar, esse movimento retido na sua pureza de constante deriva e irrisão leva invariável à indiferença. aquilo em que sempre acreditei hoje revela-se-me confuso e inconsistente e viverei sem qualquer desculpa ou culpa numa descrença persistente, mas não pacífica, nunca pacífica, degladio as formas, interponho-as contra a necessidade de as fixar, vejo-as mesmo nitidamente a deixarem de ser mesmo quando as vejo ser e, aninho-me na perda como um sagui velho e cansado.

3 comentários:

~pi disse...

às vezes será preciso apenas ficar enrolada e depois deitar fora algumas coisas

( por vezes muitas.
)guardar outras, também,

e depois, uma manhã, seguir, cheirar as mudanças do vento,

sacudir o pó dos pés nus e sentir que estão prontos para o novo

ca_mi_nho________________________

[ e aí, sim, poderás encontrar saguis de qualquer idade e estado, deixá-los pra trás ou falar-lhes, :)





~

Anonyma disse...

Ele há dias em que sinto conseguir apossar-me do sentido das tuas palavras por demais...
:|

via disse...

-pi: bom conselho o que me dás, gosto sobretudo da imagem de sacudir o pó dos pés nus, areia também dos pés nus e encetar caminhos, essa de encetar é que não me parece, diria antes continuar.

anonyma: verdade? sim, é um ser assim que se prolonga e a si mesmo se faz e desfaz, foi preciso andar um pouco para perceber isto.