
sábado, 31 de janeiro de 2009

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

A maior parte das vezes estamos confusos, estar confuso parece parte da nossa condição, num sem número de opiniões postas à solta sem freio ou fundamento, a razão foge. a ilusão de liberdade permanece, mas liberdade não é dizer isto ou aquilo sem consequências para ninguém. atordoar. sim.
refugio-me no que sinto, em geral é esse o núcleo que nas noites de Inverno me abriga das intempéries, não sentir nada, por momentos. se fosse verdadeiramente livre ousaria, riscar os caminhos até te encontrar de novo, e perder a direcção, reinventar a cardialidade e não pedir desculpa por estar completamente errada quanto ao que deveria ser. Acontece nada ter carácter de urgência, tudo ficar relativo com o tempo, o seu lento trucidar alisando o que outrora foi abissal ou apenas irregular e a memória toda cheia de nostalgia é uma péssima cópia. O que nos enobrece foge ao tempo, escapa não sei como, corre, não se repete não. Alturas de se aninhar numa voz doce, deixar o sofrimento, rir alto e esbracejar contra a sombra, ousar ser. sempre. Nada do que fazemos é suficiente, só o que sentimos pode pegar-nos ao colo e fazer-nos andar sobre chamas.
Fotografia de Nana Sousa Dias
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
equinócio

Há também um equinócio na vida, um ponto de equilíbrio , um entre, sair e entrar, instante fugaz em que nos movemos pouco e vemos passar o filme do antes e do depois. tenho a sensação que é esse o momento, um agora cheio de fagulhas. Ontem alguém me dizia que o desejo é da natureza, é-nos dado, o resto compete-nos construir. E se não houver resto? se tiver falhado no resto?
assomo à janela do resto que sou. vejo que não tenho de ser feliz, não é forçoso...um arabesco ergue-se no saguão.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
obama


Naquele tempo falavas muito de perfeição,
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora do liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.
da prosa dos versos irregulares
onde cantam os sentimentos irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu e a discussão,
agora lês saramagos & coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te como antigamente
olhando as tuas pernas que subiam lentamente
até um sítio escuro dentro de mim.
O café agora é um banco, tu professora do liceu;
Bob Dylan encheu-se de dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar como dantes.
Manuel António Pina
domingo, 18 de janeiro de 2009
Fazer ou não fazer greve.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

terça-feira, 13 de janeiro de 2009
diários

domingo, 11 de janeiro de 2009
vizinhas

hoje estavam as duas sentadas num bloco de betão, mãe e filha, julgo que são mãe e filha porque andam sempre juntinhas mantendo a proporção de espaços, a mãe à frente delgada e branca e a filha metro e meio atrás, sólida e tisnada pelo sol. nos meus passeios matinais dou com elas muitas vezes e à tardinha também, sei que andam kilómetros a pé e vivem sozinhas numa barraca daquelas que serviam para guardar os utensílios da lavoura e arreio dos animais e que agora, sem utilidade, abriga nestas noites frias este curioso casal. penso que vivem da caridade e se deslocam ao centro para as refeições na misericórdia, mas o que me surpreende é a sua tranquilidade, a paz que delas emana. um dia enquanto bebia um café a filha entrou e pediu com toda a educação um copo de leite, sentou-se a beber e depois agradeceu e saiu. Quando penso em toda a azáfama e nas pequenas e grandes guerras que estamos sempre em vias de acabar ou começar, nos projectos e nessa tralha toda de gente que se quer de sucesso, lembro-me delas e invejo-as na sua pacatez, naquele grão que confere à existência todo o sentido por si, sem precisar de nenhum artefacto ou juízo ou competição para ser. só, ser.
fotografia retirada daqui
sábado, 10 de janeiro de 2009
A TROCA

terça-feira, 6 de janeiro de 2009
no mundo gulliver

domingo, 4 de janeiro de 2009

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
desilusão

deitei-me ao cumprido sobre a sombra e pensava, pensava, a viver acho eu, a ler sinais onde não existiam, fraude. não uma fraude qualquer, uma fraude solitária, uma fraude tão solitária. não há como negar, neste caso de amor a blogosfera teve protagonismo, um amor na blogosfera, não, os amores são sempre do corpo e de espaços cifrados pela imaginação, para quê lançar esse clima de suspeição? talvez o acaso te tenha posto no meu caminho, ou Deus no seu papel de grande ilusionista, para tirar da cartola o ás de copas. Senhora.
preciso furiosamente de um cigarro...
ali à tua frente uma série de frases, esse casaco fica-te definitivamente mal, e tu nunca sonharás sequer, que lástima...a enrolar coisas na boca e de rastos como um cão a quem antes das palavras, já abandonaram...
os cafés de lisboa, todos os artifícios parecem ser decisivos e poderosos só a convulsão do corpo, que ainda não esqueceu, esse vácuo que sorve, permanece e é muda é tão muda merda...
vai então, já foste, antes de te justificares, eras ouro agora és latão, latão embrutecido pela má consciência...antes um grito, uma raiva, antes isso...
um dia hei-de reescrever esta história...
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