Golpes de marketing rendem dinheiro, os criadores, os que ganham muito dinheiro à custa das suas criações são exímios, já não é a obra a valer mas a figura ou o nome. Annie Leibovitz vai hipotecar os direitos de autor em troca de uns milhões de dólares, e a sua fotografia, inegável, promove as respectivas obras, dá-lhes visibilidade e por conseguinte valor. Seremos ainda capazes de apreciar a arte pela sua capacidade pura de originalidade, beleza ou comunicação surpreendente? Ou estaremos ofuscados por nomes? o prestígio dos nomes que a comunicação social e uns quantos capitalistas de arte produzem como quem produz garfos ou utensílios de primeira necessidade apaga a justeza do olhar, a sua capacidade de ver. A Arte como tudo o mais não foge ao mecanismo promíscuo do capital e perde, sem dúvida, com isso.
7 comentários:
Seria um prazer se toda a arte fosse anónima. A sua avaliação seria mais justa. Todavia, os artistas morreriam todos sem a devida admiração, como Van Gogh.
Uma questão bem delicada.
Mas sou a favor da arte pela arte, não anónima, mas que escape à mercantilização. Se é que é possível... Acredito que sim.
Boa nota :)
Bjo e boa semana
um viva à arte livre e "massificada"! Se a arte governasse o mundo e não o dinheiro, teríamos um mundo melhor?! não sei... até
E, porque não?
Os filhos da Arte também precisam de encher a barriga. Não?
Não creio que dê para viver do ar...
O material especializado é caríssimo e nem sempre os materias mais baratos permitem o mesmo grau de execução.
Porque não aceitar que um artista possa fazer desvios para chegar depois mais além?
Nem todos os fins justificam os meios mas, parece-me que a alguns, poderemos certamente fechar os olhos.
Que seria dos antigos mestres sem os seus patronos? E sem as obras menores e encomendadas que lhe permitiram criar capelas e davids?
A arte de Annie Leibovitz valer o que vale o seu nome?
Não creio.
As suas fotografias são imensas, valem por elas próprias, e
Annie Leibovitz é apenas Annie Leibovitz, um conjunto de letras que articuladas indiciam um nome.
cassandra: muitos morrem pobres e sem reconhecimento, porque o capital,tem lá a sua lógica, só promove alguns e muitas vezes sem valor, não ´+e o caso da leibovitz.
ana paula: isso, escapar a esta euforia do show off, que só nos atira poeira, era preciso um público atento e crítico que não existe.
as velas ardem até ao fim: Tá atrasado mas antes tarde...Bjos para ti também e bom resto de semana!
comsentido: massificada como? todos terem acesso ou todos poderem produzir? Os dois? certo, preferível ocupar-se com a escultura do que com a arma!
anonyma:creio que a Leibovitz não precisaria de golpes de marketing para promover a obra, há aqui um bocadinho de greed e isso desencanta-me! Continuo a acreditar que o verdadeiro artista é um outsider, um transgressor...
Muito bem dito.
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