segunda-feira, 23 de março de 2009

O tempo conjuga-se contra mim. já lhe disse que sou sua cúmplice, atirei ao rio uma pedrinha e fui-me com ela, mas Cronos voltou ao seu antigo hábito de comer seus filhos, em silêncio mostra um poder que não lhe pertence, concedido pela queda, nossa, precisamos de falar, meter uma cunha no espaço vazio para que não se feche a esperança de, por um minuto, no roçar de um olhar, espreitar para dentro da eternidade. Ninguém nos pode acusar este longo lamento contra o tempo, nós os que já habitaram estrelas na imaginação, ouvimos a voz das sereias e não regressámos mais, perdidos na miragem. Nós concedemos-te agora esse poder Cronos, tu sabes que um dia Zeus te enganará, mais uma vez, contra ti se unirão armadas e mares e dentro deles o coração quente das palavras, a chama dos sentimentos,dos quais tu, Cronos, nada entendes.

3 comentários:

Anonyma disse...

Tantas vezes que esse poder nos é dado para novamente nos ser retirado...não restando senão a miragem, a vertigem, senão a dor...

as velas ardem ate ao fim disse...

As vezes o poder devia ser retirado para mantermos a sanidade mental.

bjo

via disse...

anonyma:´será o preço que teremos de pagar, quiça, hoje estou definitivamente pessimista...

as velas ardem até ao fim: sossegadinhos, dentro dos limites, sem sonhar alto, certo.