domingo, 4 de janeiro de 2009

Agora que tudo acabou, respiro melhor. É altura de arrumar cansaços, longas esperas, solidão de promontório, despir a pele do teu calor e caminhar na direcção dos outros. Iniciar o longo ofício do esquecimento e ter fé. Nunca me faltou a fé, mas estava errada a direcção, não acredito em discursos de intenções só acredito no que sinto e o que sinto não tem medo. Venha o que vier, a fotografia amarelecida com o tempo já não dá conta do meu rosto, assim é, não procuro nada e apanho-me surpreendida com todas as emoções virgens, sempre outro que não o mesmo. Há uns três anos falava na grande alegria, hoje não é dela que sobrevivo mas das fragrâncias, das ínumeras vezes que caí, de outras tantas que me levantei guardo o sabor de todas as emoções, nenhuma delas é ressentimento, ou remorso, ou raiva, essas facilmente passaram e enterraram, guardo os momentos em que fui ternamente encantada e com eles seguirei.

4 comentários:

Cassandra disse...

A perícia para sobreviver a todos os sobressaltos da alma é guardar os bons momentos.

via disse...

bem visto!

Martini disse...

Identifico-me terrivelmente com estas palavras.
Engraçado como na maior parte das vezes achamos que nos é exclusivos o que ao coração nos fala...e afinal vamos encontrar tantos pontos de identificação nos outros.
E dá-me ideia que é isto que nos une.
BJ

via disse...

olá Martini!pois é, este optimismo um pouco infantil talvez, seja o que for, é assim e de pouco importam os juízos de valor. ainda bem que estás por cá!