A lua, a doce lua, a hipnotizadora, a exigente, a eterna e constante lua. quando assim nasce lenta, luminosa e lenta com suas curvas de lua cheia sobre o casario anónimo, abre a parte sensível da alma, esse lugarzinho apertado que quer ser infinito, porção de nós que já de nós quer sair para ser nas coisas, naquelas que tremem e lampejam e seduzem. Luz nas trevas assim são algumas noites e são mais que as palavras dizem, pois se nós as procuramos para se fazerem, também elas, luz. As pessoas com seus casacos invernais demoram na entrada e saída das casas a respirar, antes dos muros lhes cortarem a visão. em noites assim é preciso deixar vaguear os passos e nada compreender, deixar-se ir numa impressão e não voltar senão quando o corpo de cansaço ou a circunstância do trabalho nos martelar com seus ferrinhos de coisa ferrosa e persistente. porque aí noite, onde estás, haverá sempre uma parte de nós que fica, de casaco meio desfeito, nas dobras da noite que ficou.
4 comentários:
Uma lua dessas pede apenas um comentário:
auuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!
a lua é um poderoso símbolo da noite. quem gosta da noite, invariavelmente gosta dela. é o meu caso. tudo o resto é paisagem.texto mto interessante para quem de certeza adora a noite. até
cassandra: é a noite dos lobisomens! ehe
comsentido: gosto da noite mas também do dia, mas esta lua estava assim exaltada e contemplativa, só podia!
É verdade, a lua tem estado magnífica! Também tenho reparado. E o teu texto diz bem das sensações únicas que nos proporciona :)
Um bj
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