os ramos e os pés
a luz e o coração
o fantoche de palha das emoções bárbaras cicatrizes
a figura trémula do meu pai
a figura presente da minha irmã
Rimbaud que se desfigurou
a atravessar planícies
Vejo a roseira do jardim
ao alto
o pânico de voltar ao lugar
onde descubro nem ser feliz
sem crueldade como quem traça a perna no sofá e amassa na ponta dos dedos a factura do gás
Deixo de lado
o meu amor cansado
as partidas dos aviões para o Norte de África
ao início do crepúsculo
lembro-me de quase nada
de tanto me tentar lembrar
permissivas gotas de absinto
no calendário
os anos
seguram
crianças ébrias
sorrisos florescentes
matas
à temperatura de um corpo.